Outros Tantos (II)
– Guilherme Bury
Toda mesa de bar
é país novo
independente
pulula do meio das noites
no meio exato do medo das noites.
É país de revoluções febris
– todavia que não se chova! –
Plenário de cartilhas frouxas
forças armadas no prelo:
o riso antigo que dávamos
em guerra civil
entre a parte triste do aperto
e os filhos quentes das sensações e dos nossos rastros
Toda mesa de bar é continente
rasgado por rio-mar
das vozes fugidias
que percorreram suas paragens
depressões
constelações de sertões
É performance
e nada além de monumento
toda mesa de bar é a mesa de bar que virá
tombada a que foi.
Mas nenhuma guarda esses motéis
como esta nos guarda
com palafitas fincadas na vontade de
fasmirir
nenhuma enseja sobre o esplendor agudo de nossa juventude
– caxias.
Toda mesa de bar força esta poesia
‘inda que o mano reitere:
ando cheio demais
para me apaixonar perdidamente
Toma-se a Cachaça
Seresta-se Rosa
Refunda-se a Nação.